Noites estreladas
Fabiana Pinto

Quando eu era pequena morava em um lugar que não me permitia ver estrelas, o céu de São Paulo sempre foi de um cinza chumbo que me fazia duvidar que fosse possível esconder aquelas coisinhas brilhantes do livro de Ciências, para mim elas só estavam nos livros e no céu das viagens pelo interior.
Hoje, olho pro céu e vislumbro toda a magnitude prateada, mas percebo esse céu de um jeito diferente e não creio que seja só eu que o veja assim. A cada dia que paramos pra olhar o firmamento ele assume uma roupagem diferente, alguns dias mais brilhante, outros menos majestoso.
A impressão que tenho é que aquelas estrelas que brilham com tanta intensidade conhecem nosso interior, sabem o que sentimos e desenham o céu de acordo com nossos sentimentos, é um desenho pessoal, por que sei que esse mesmo céu que para mim hoje aparece triste está embalando algum casal apaixonado em algum lugar dessa cidade.
Nele desenhamos histórias, pessoas que se foram viram estrelas, histórias construídas constelações, lágrimas derramadas nebulosas, amores correspondidos a via láctea. Brilho prata da vida que escrevemos das falas que não dissemos, vamos vivendo embalados pelo canto das estrelas, amando a noite, a vida, simplesmente amando, pois como disse Bilac só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e de entender estrelas.
Parece que as estrelas da minha infância não estavam só nos livros, elas sempre estiveram em meu coração...

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13 Jean Claude Borelly - Le Concerto De La Mer